Nem acredito que também vou falar de vacina…

Juro que eu queria fazer ouvido de mercador. Considero um absurdo inapropriado que ainda estejamos discutindo sobre a validade de tomar uma vacina.

Se pelo menos eu tivesse certeza de que as opiniões contrárias têm móvel na intransigência política, continuaria perplexo com a capacidade humana de se autodestruir por uma causa (ou de ser conduzido por uma). Porém me acalantaria o fato de ao menos não estarmos duvidando da evolução da ciência.

Reluto ainda, ao pensar se é um assunto digno de vir à tona. Imagino se não estou eu próprio abdicando de racionalidade para descer a este nível e/ou perdendo tempo por me dedicar a discussão tão banal. Pior ainda, entrando na onda para alimentar essa estupidez.

Na última década do Século XIX e até meados da primeira década do Século XX, vacina era uma inovação científica que gerava dúvidas e até “revoltas”, como a ocorrida no Brasil, quando em 1904 a população se recusou a tomar vacina contra varíola, porque achava estranho ser inoculado com “pústula de vacas doentes”. Mas isso foi há 117 anos. Nessa época as pessoas mijavam nas ruas ou em penicos debaixo das camas, depois esvaziados pelas janelas das casas. Os banhos eram escassos e a maioria da população sequer sabia ler.

O pior estrago que esse “debate” hediondo para os dias atuais está causando, não vai acontecer no controle da pandemia – isso porque está parecendo que a maioria dos que abrem a boca para falar estas besteiras são os primeiros a entrar na fila para furar o braço – vai refletir, isto sim, no conceito que fazemos de pessoas acreditas sensatas e que, agora, expõem seu lado de racionalidade duvidosa. Uma espécie de decepção.

Basta! Já perdi mais tempo do que queria, falando de algo sem sentido.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *