Qual a unidade de medida para controle e avaliação de desempenho econômico?

Tanto a economia pessoal, quanto a empresarial, devem ser constantemente avaliadas de forma a permitir ações de controle e de verificação de desempenho.

Recentemente, no salão onde cuido do cabelo, o profissional que me atende – um micro empreendedor individual – pediu-me conselho sobre qual unidade de medida deveria utilizar para acompanhamento do negócio. Disse-me que, em discussão com amigos de profissão, fizeram comparações de desempenhos tentando avaliar o número médio de clientes diários em cada um dos negócios. Disse-me que estavam, agora, registrando cada atendimento para ter uma visão mais precisa do desempenho de cada um. Mas ele, pessoalmente, não sabia o que realmente faria com esse número quando tivesse a pesquisa concluída.

Há tempos aproveitamos as sessões de corte para conversar sobre detalhes administrativos de negócios, desde que ele soube de meu trabalho com consultoria.

Como essa pode ser uma dúvida geral, resolvi dar publicidade ao conselho que lhe formulei.

Seja você um empreendedor, seja alguém que deseja controlar a vida econômica pessoal ou familiar, atente para a vantagem de adotar a unidade correta de avaliação de desempenho.

De outro lado, escolhi este artigo como inaugural de uma série de conselhos de “Administração sem Amarras”, por entender que seja crucial comungar, desde o início, o padrão que vai balizar futuros posts.

Indo direto para o conselho, sigo a conduta de utilizar a UNIDADE MONETÁRIA como medida de avaliação. Em nosso caso, o REAL.

A moeda deve ser utilizada como unidade padrão desde o projeto até a apuração de resultados. Desde a avaliação de mercado potencial, até a previsão de escalabilidade do negócio.

Explico: na conversa com os amigos profissionais, a conclusão de quantos clientes cada um atende, pode dar uma ideia da aceitação no mercado (ou de seu compartilhamento se todos estiverem no mesmo mercado – trato disso em post específico).

Mas o desempenho efetivo individual de uma empresa é melhor avaliado quando se compara seu processo e sua capacidade instalada com os resultados por ela alcançados, tudo medido em valor monetário.

Para entender, considere que um dos salões envolvidos no exemplo ofereça um tipo de serviço mais sofisticado, com uso de produtos mais caros, com um espaço maior, mais bem equipado e situado num shopping. A seguir, considere um concorrente que trabalha em espaço reduzido e com foco em um público menos exigente com relação a marca de produtos e sofisticação do ambiente interno. Considere, por fim (e por lógica) que ambos praticam custos e preços diferentes entre si.

Comparar o número de clientes atendidos por cada um não levará, então a nenhuma conclusão. Aquele que dominar maior parcela de mercado pode ser justamente o de pior desempenho!

Para completar esse entendimento, considere uma empresa que trabalha com variados produtos ou serviços – tomemos um mercadinho como modelo: seus estoques, assim como suas vendas, ocorrem em variadas unidades de medida: peso, volume, metragem, quantidades, horas trabalhadas etc. Nesse caso fica patente que a melhor unidade de medida para avaliar todos os seus itens de venda e de custeio geral será o valor financeiro envolvido, única unidade comum: tudo pode ser expresso em seu valor monetário.

Mais à frente, vamos ver que as comparações dentro do mesmo setor (para verificar share ou fazer benchmarking – depois falaremos de ambas expressões) pode exigir outras unidade de medida, já que não conhecemos os custos internos dos concorrentes. Mas isso será em outro post.

Por enquanto, acostumar-se pensar monetariamente é o meu conselho para o gerenciamento de negócios.

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